Tema de pauta da Carbonless Summit e muito popular aqui no Brasil, o etanol - biocombustível derivado sobretudo da cana-de-açúcar, está na vanguarda como alternativa sustentável em resposta aos desafios climáticos globais. O que torna o etanol interessante é sua capacidade de oferecer uma "pegada negativa" de carbono, ou seja, ele pode capturar mais CO₂ durante seu ciclo de vida do que emite ao ser queimado como combustível. Este conceito de "pegada negativa" está se tornando realidade graças a avanços na produção agrícola, tecnologias de captura e armazenamento de carbono (CCS) e práticas agrícolas mais sustentáveis.
Uma das principais razões pelas quais esse biocombustível pode ter uma pegada negativa está na própria fase de cultivo. A cana-de-açúcar, por exemplo, é uma planta altamente eficiente na absorção de CO₂. Durante seu crescimento, ela sequestra grandes quantidades de dióxido de carbono da atmosfera, ajudando a compensar parte das emissões geradas no processamento do etanol e em seu uso final nos veículos. Além disso, o bagaço da cana, subproduto do processo, é utilizado para gerar energia elétrica, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis na produção.
No Brasil, diversas iniciativas de pesquisa e desenvolvimento visam transformar o etanol em um combustível de emissão negativa. Empresas e institutos de pesquisa investem em novas técnicas de manejo, cultivo e captura de carbono, com o objetivo de potencializar essa capacidade única do biocombustível. A realidade de um etanol com pegada negativa se aproxima cada vez mais, impulsionando o Brasil a se destacar no cenário global como líder em soluções sustentáveis para o setor energético e contribuindo de forma significativa para as metas de neutralidade de carbono. Continue conosco para saber mais sobre este assunto!
Como funciona a captura e armazenamento de carbono neste caso?
Desde então, as atividades humanas, especialmente a queima de combustíveis fósseis, têm impulsionado o aumento desse gás para níveis perigosos, com poucas ações significativas para mitigar essas emissões. À medida que o dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa se acumulam na atmosfera, eles agem como uma barreira, retendo o calor solar que deveria ser liberado de volta ao espaço à noite, resultando no fenômeno do aquecimento global.
Tecnologias atuais de captura e armazenamento de carbono (CCS, na sigla em inglês) têm se mostrado muito eficientes e atualmente fazem parte de pautas mundiais, visto como uma das possíveis soluções para reduzir os impactos das mudanças climáticas. Sendo uma problemática ambiental contemporânea atrelada intimamente a um estilo de vida que gera queima de carbono de maneira exorbitante.
Empresas, países ou instituições que conseguem diminuir suas emissões de CO₂ geram créditos de carbono. Essas unidades podem ser comercializadas com aqueles que, apesar dos esforços, não conseguem atingir suas metas de redução. Dependendo do contexto, essas metas podem ser voluntárias ou obrigatórias. A cada tonelada de CO₂ que deixa de ser emitida ou é removida da atmosfera por meio de atividades como reflorestamento, é gerado um crédito de carbono.
Cenário atual e futuras expectativas para esse mercado
Com sua vasta biodiversidade, grandes áreas florestais e posição de destaque como um dos maiores produtores e exportadores de alimentos, o Brasil tem o potencial para se tornar um líder global no mercado de carbono e em sustentabilidade. A agricultura brasileira já adota práticas tecnológicas e sustentáveis, e muitos produtores enxergam os benefícios dessas práticas para a produtividade e lucratividade de suas propriedades. Como resultado, a adoção de boas práticas de manejo sustentável tem aumentado em todo o país.
Nos últimos anos, a demanda por créditos de carbono tem crescido significativamente, mas a oferta ainda enfrenta limitações, principalmente pela falta de clareza sobre o potencial desse mercado e pela ausência de uma regulamentação mais robusta.
Fonte: ICC Brasil.
Diante do compromisso global de limitar o aquecimento a 1,5°C até 2050, empresas ao redor do mundo estão definindo metas de neutralidade de carbono (net zero), o que impulsiona ainda mais o mercado de créditos de carbono. Esse cenário eleva os preços dos créditos e cria oportunidades para países com grande potencial ambiental, como o Brasil.
Em maio de 2022, o Brasil deu um importante passo ao regulamentar seu mercado de carbono por meio do Decreto nº 11.075. No entanto, especialistas indicam que o país emite atualmente menos de 1% do seu potencial anual de créditos de carbono, gerados principalmente por projetos de conservação e pela produção de energia a partir de resíduos.
Um estudo realizado pelo ICC Brasil (International Chamber of Commerce) aponta que o Brasil tem capacidade de atender até 22% da demanda global por créditos de carbono.
Além disso, os custos para desenvolver e implementar projetos de crédito de carbono no Brasil são menores e mais competitivos do que a média global, especialmente porque o setor agrícola, uma das principais forças da economia brasileira, oferece inúmeras oportunidades de expansão nesse mercado.
A análise econômica que avalia o potencial do Brasil nesse setor estima que cerca de 80% da capacidade de geração de créditos de carbono virá de projetos de restauração florestal em áreas degradadas.
Outro aspecto positivo para o Brasil no mercado de carbono é a criação de empregos. De acordo com estudos da WayCarbon, o setor pode gerar até 8 milhões de vagas no mercado interno, movimentando entre US$ 493 milhões e US$ 100 bilhões até 2050.
Etanol de milho
Atualmente o etanol de milho é uma realidade no mercado brasileiro de biocombustíveis. No lugar de ser um concorrente do etanol de cana-de-açúcar, o produto se mostrou um complemento para a produção principalmente na entressafra.
Em um mercado em transformação, com pressões cada vez maiores pelo fim da utilização de combustíveis fósseis, o etanol de milho se torna uma alternativa promissora e o setor vem crescendo. De 37 milhões de litros na safra de 2013 e 2014, o volume passou para 1,67 bilhões de litros em 2019 e 2020 e deve chegar a 8 bilhões de litros em 2027 e 2028.
Tradicional no mercado norte-americano, a produção por aqui começou a despontar em 2015. Hoje, o biocombustível já responde por 8% do mercado de etanol no Brasil, de acordo com a União Nacional do Etanol de Milho (Unem) e com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Na próxima safra (2021/2022) o produto pode chegar a 10% de um volume que corresponde a 33 bilhões de litros.
As principais usinas estão situadas na região Centro-Oeste, principalmente no estado de Mato Grosso, o maior produtor de cereais. É lá também onde estão os maiores investimentos. Além disso, a FS Bioenergia, maior produtora do setor no país, quer se tornar uma empresa com emissão negativa de carbono na atmosfera e investiu R$250 milhões em um projeto voltado à produção do biocombustível.
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Referências consultadas:
Avanços tecnológicos em CCS: Rumo a uma economia com baixa emissão de carbono. Disponível em: https://www.hidroplan.com.br/site/blog-era-da-agua/105-avancos-tecnologicos-em-ccs-rumo-a-uma-economia-com-baixa-emissao-de-carbono Acesso em: 27 out. 2024
Carbonless Summit 2024.Disponivel em: https://carbonless.org.br/palestras-e-mesas-redondas/
Entenda o que é e como funciona o mercado de carbono. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-10/entenda-o-que-e-e-para-que-serve-o-mercado-de-carbono Acesso em: 28 out. 2024.
Mercado de Crédito de Carbono no Brasil. Disponível em: https://investalk.bb.com.br/noticias/quero-aprender/como-funciona-o-mercado-de-credito-de-carbono-no-brasil Acesso em: 28 out. 2024.
UNEM - União Nacional do Etanol de Milho. Disponível em: https://etanoldemilho.com.br/2021/07/06/etanol-de-milho-e-alternativa-sustentavel-de-biocombustivel-e-pode-conquistar-20-do-mercado/ Acesso em: 28 de out. de 2024.
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