Na atualidade um tema que comumente vem sendo discutido e fomentado em diversas esferas corporativas é a sigla chamada ESG, que advém do inglês Environmental (Ambiente), Social (Social) e Governance (Governança).
Tendo como premissas o desenvolvimento sustentável, aplicação de boas práticas alinhadas a benefícios sociais e sólida transparência e ética em tratativas mercadológicas, o ESG está florescendo cada vez mais nas empresas ao redor do mundo, e também no Brasil.
Dentro do ESG, um dos temas de grande relevância são as águas, majoritariamente relacionadas ao ambiente, mas também relacionadas aos outros dois componentes, as águas permeiam questões ambientais, sociais e político-administrativas.
Seja por conta do uso para consumo humano, operações industriais ou meio vital de inúmeros ecossistemas, os recursos hídricos são fundamentais e as empresas que incorporam o ESG em seu sistema dedicam muita atenção a esta questão.
Com isso, cabem aos profissionais e especialistas em recursos hídricos darem suporte às empresas, órgãos reguladores e às gestões municipais que visam a aplicação do ESG no cotidiano. (Para uma leitura aprofundada, confira o texto Diagnóstico e Integração ESG)
Para entender mais sobre quem são e como atuam os atores responsáveis pelos recursos hídricos no âmbito do ESG convidamos à leitura do texto abaixo!
Recursos Hídricos
Um dos suprimentos indispensáveis a qualquer ser vivo, a água, possui importância desde o início das civilizações humanas e do surgimento das cidades.
Partilhada de inúmeras formas na chamada biosfera de acordo com o seu ciclo, a água é a base de incontáveis fenômenos naturais e é um insumo fundamental para os seres humanos, seja considerando seu uso como recurso econômico ou para outros fins diversos.
No Brasil a disponibilidade hídrica de água superficial, conforme é ilustrada na figura abaixo, é vasta e de extrema relevância, devido ao clima e a quantidade de rios que cortam os estados brasileiros.
Além deste recurso, outra fonte de água são as águas subterrâneas, que em grande parte do país suprem a demanda de recursos hídricos em locais onde a captação dos rios é insuficiente ou em períodos de grande estiagem. Segundo estimativas da ANA (2022) a disponibilidade hídrica das águas subterrâneas gira em torno de 13.205 m³/s.
Neste sentido, levando em conta a grande demanda de água exigida em diversos âmbitos e as consequentes problemáticas associadas à superexplotação desses recursos, muitos profissionais se dedicam no estudo, gestão e administração de recursos hídricos englobando atores públicos, privados e participantes sociais.
Hidrólogos, Hidrogeólogos, Gestores entre outros
Devido a sua relevância para a sociedade, seja economicamente ou até mesmo pelo cunho científico, a água é o objeto de estudo principal ou então coadjuvante de vários profissionais. Ainda sob a mesma perspectiva, o estudo dos recursos hídricos possui caráter multidisciplinar, somando-se múltiplas áreas do conhecimento para se ter um entendimento íntegro desta temática.
De acordo com os pesquisadores, tal como o trabalho de Costa & Ferezin (2021), as premissas do ESG são a união de conhecimentos de áreas diferentes que apresentam relações entre si, cabendo aos profissionais desenvolver habilidades de percebê-las e assim aplicar nas organizações corporativas.
Com uma visão dos diferentes contextos que envolvem os recursos hídricos somada às estratégias do ESG, estes peritos vêm se inserindo e aprimorando os valores e os investimentos no ambiente corporativo.
Como o profissional de recursos hídricos pode atuar nas práticas de ESG?
Como foi comentado, o ESG engloba práticas de cunhos amplos que culminam invariavelmente em benefícios econômicos, sociais e ambientais.
Problemáticas globais como o uso excessivo de água, falta de saneamento básico, erradicação da fome, preservação de ecossistemas aquáticos, que também correspondem a alguns dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU são questões corriqueiras para os profissionais que lidam com recursos hídricos e se encaixam na temática do ESG.
Focando o olhar nas questões do cotidiano corporativo, a aplicação do ESG irá incumbir os gestores de proceder com iniciativas sustentáveis, manejo de recursos com o objetivo de prevenir usos excessivos e desnecessários de água, bem como a reutilização e reciclagem antes de prosseguir para o descarte.
Quanto a este último destino abordado, que também cabe aos responsáveis pelo manejo das águas, fica o dever de administrar o descarte correto e adequado considerando principalmente a qualidade dos corpos hídricos. (Veja aqui um exemplo do monitoramento da qualidade das águas de São Paulo, realizado pela CETESB).
(Fonte: https://unsplash.com/photos/Kp9z6zcUfGw)
Não perca a chance de aumentar o valor do seu empreendimento, incorpore o ESG em sua empresa!
Sob as perspectivas do mercado, as empresas que estão sintonizadas com questões ESG possuem vantagem competitiva e chamam a atenção de grandes investidores.
Como as iniciativas ESG englobam ainda questões ambientais e políticas, o mercado e a sociedade veem com bons olhos empresas que prezam por práticas salutares, apresentando uma comunicação direta e compreensível e que visem a conservação do meio natural, e a valorização de seus colaboradores. (Conheça o projeto Instituto Água Sustentável).
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Referências consultadas:
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS E SANEAMENTO BÁSICO (ANA). Conjuntura dos recursos hídricos no Brasil 2021: relatório pleno. Brasília: ANA, 2022. Disponível em: http://www.snirh.gov.br/portal/snirh/centrais-de-conteudos/conjuntura-dos-recursos-hidricos. Acesso em: 26 ago. 2022.
COSTA, E.; FEREZIN, N. B. ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) e a comunicação: o tripé da sustentabilidade aplicado às organizações globalizadas. Revista Alterjor, [S. l.], v. 24, n. 2, p. 79-95, 2021. DOI: 10.11606/issn.2176-1507.v24i2p79-95. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/alterjor/article/view/187464. Acesso em: 27 ago. 2022.
