As mudanças nos padrões climáticos vivenciados na época geológica atual, o Holoceno, têm mostrado significativos impactos negativos à saúde humana, ao bem-estar e à economia. Observa-se pela aceleração dos processos de derretimento das geleiras nos polos, nas mudanças em margens costeiras, temperatura média dos oceanos e nos impactos indiretos relacionados, alterando as condições de manutenção dos ecossistemas.
O resultado da interação do ser humano com o ambiente a fim de gerar recursos tem sido responsável por causar impactos de forma global, sendo o principal resultante as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) advindos da industrialização em massa.
Tecnologias para capturar e armazenar o carbono (CCS), podem mudar esse cenário e trazer uma solução favorável em relação às mudanças climáticas, sobretudo para o setor industrial. O Brasil, por exemplo, tem o compromisso de reduzir suas emissões dos gases em 37% até 2025 conforme as metas presentes na Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil.
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Como funciona a captura e armazenamento de carbono?
O princípio do uso de tecnologias de CCS é baseado na captura do dióxido de carbono para estocagem no subsolo, em locais pré-estabelecidos, ou para reutilizar em processos industriais da própria empresa, onde a sigla CCS muda para a CCUS – Carbon Capture Utilization and Storage, traduzindo para o português como capturar, armazenar e utilizar o carbono.
A Petrobrás, é um grande exemplo dessa “reciclagem”, realizando a reinjeção de carbono em nove plataformas de petróleo como forma de manter a pressão interna no reservatório e aumentando a quantidade de óleo extraído. Vale lembrar que essa técnica é limitada e novos estudos estão chegando para transformar CO2 em combustível.
A co-fundadora da CCS Brasil, Nathalia Weber, avalia que “o nosso problema com as emissões é muito grande, e hoje não existe demanda para tanta reutilização de carbono. Na entrevista para a “Um Só Planeta”, ela também aponta: “Tem muito CO2 sendo emitido e vai continuar sendo porque a demanda por energia no mundo é crescente, não decrescente. As estimativas que a gente tem hoje, da Agência Internacional de Energia, é que, num cenário de carbono zero, 95% do carbono a ser capturado em 2030 precisa ser armazenado.”
Diminuir emissões está fortemente relacionado aos projetos em setores energéticos, que junto com a indústria somam quase 500 milhões de toneladas de CO2 ao ano.
Com a captura desse elemento é possível gerar bioenergia, cuja aplicação de CCS pode levar à remoção de carbono na atmosfera. Uma ótima oportunidade de captura, pois 40 milhões de toneladas aplicadas a esses processos chamados de BECCS, sigla para Bioenergy Energy with Carbon Capture and Storage – Energia e Bioenergia com Captura e Armazenamento de carbono, se unem a aplicação de CCS à bioenergia.
“Todas as indústrias que utilizam combustíveis fósseis em seu processo produtivo ou que precisam de combustível de alta densidade energética possuem mais dificuldades para diminuir as suas emissões, como as siderúrgicas, cimenteiras, indústrias químicas e refinarias”, ressalta Nathalia Weber.
Fonte: Pixabay
Viabilidade econômica e incentivos
Para que o mercado privado decida investir em iniciativas de CCS, é preciso que as oportunidades estejam bem definidas em relação à expansão para novos projetos ou para reduzir emissões da própria linha da indústria. Grande parte dos setores industriais e do agronegócio estão se adequando às políticas nacionais e internacionais sobre a obrigação de reduzir os gases do efeito estufa e se preparando para uma transição de menor impacto econômico para atender essa iniciativa.
Nesse sentido, CCS se mostra como uma importante vertente não apenas para cumprir metas de descarbonização, mas também para reposicionamento da competitividade das indústrias e dos produtores de combustível e biogás no mercado interno e externo.
Para que soluções tecnológicas de alto impacto consigam diminuir as emissões e consequentemente atingir as metas climáticas, devem ser implementados mecanismos efetivos de precificação de carbono. A atribuição de valor à redução das emissões de CO2, com regras claras e funcionais, é essencial para a escalabilidade e efetividades dessas soluções.
Equipe multidisciplinar
Além do desafio das reduções dos gases, buscar profissionais das mais variadas áreas das ciências se torna uma missão conjunta, onde os conhecimentos e técnicas aplicadas de cada profissional tornam o trabalho mais eficaz. As indústrias que querem eliminar ou reduzir suas emissões por meio da captura de dióxido de carbono precisam hoje de engenheiros, geólogos, químicos, gestores ambientais entre outros profissionais competentes e responsáveis desta área.
Nathália Weber explica que o armazenamento geológico é o principal recurso tecnológico de destinação do CO2 capturado para a implementação de projetos de CCS em larga escala, onde por meio de processos é injetado e estocado o elemento de forma segura e permanente em formações geológicas adequadas. “O CO2 fica aprisionado nos poros ou fraturas das rochas em altas pressões em grandes profundidades e pode reagir com fluidos e minerais por mecanismos químicos e físicos de modo a aumentar a estabilidade do armazenamento sem retornar à atmosfera”, destaca a especialista.
As indústrias interessadas ou com potencial nas diversas etapas de CCS precisam trabalhar de forma conjunta, realizando um processo eficiente e seguro. O sudeste do Brasil, por exemplo, conta com o maior potencial de captura, cerca de 20% dos 40 milhões de toneladas de gás carbônico têm potencial para CCS. O Sudeste e o Centro Oeste concentram as principais fontes de bioenergia, com 87% do volume total.
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Referências consultadas:
Mudanças climáticas e a contribuição da tecnologia de CCS para os desafios da mitigação do clima. Disponível em: https://www.scielo.br/j/asoc/a/JvXgJZPHpRL5TNKGFywt99H/?lang=pt&format=pdf Acesso em: 29 fev. 2024
União Nacional da Bioenergia. Disponível em: https://www.udop.com.br/noticia/2023/05/08/brasil-tem-potencial-para-capturar-e-armazenar-quase-200-milhoes-de-toneladas-de-co2-por-ano--mas-ha-desafios.html Acesso em: 29 fev. 2024
1° Relatório Anual de CCS no Brasil 2022/2023. Disponível em: https://www.ccsbr.com.br/_files/ugd/11a7f0_f79d8b3570e04429974fa4a67d444881.pdf Acesso em: 01 mar. 2024
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