Enchentes urbanas: desafios e soluções para cidades resilientes

Enchentes urbanas: desafios e soluções para cidades resilientes

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O termo resiliência vem do latim resilio que tem como significado segundo o Oxford Languages “retornar à forma original após submetido a uma deformação”.  A ideia de cidade resiliente, também conhecida como resiliência urbana, é a capacidade que a área afetada possui em adaptar-se, recuperar-se, resistir e enfrentar as exposições ocasionadas por desastres naturais, como ventos fortes formando vendaval, erosão e escorregamento e chuvas intensas provocando inundações.

Em um contexto geral, as cidades resilientes trazem o conceito de estar preparada para riscos existentes, a capacidade de prever riscos e planejar a melhor forma de atravessar as dificuldades, minimizando os desastres.

Quer conhecer um pouco mais sobre esse conceito de cidade e seus desafios perante os desastres naturais? Continue conosco e confira! 

Quais as causas das enchentes?

Esse fenômeno se origina sob condições naturais, porém as atividades humanas têm potencializado esse evento principalmente quando ligados à ocupação e transformação do espaço urbano como é no caso das cidades. 

Elas são provocadas especialmente por grandes eventos chuvosos, tanto em quantidade como em constância. A ação do homem no espaço natural potencializa esse fenômeno devido a ocupação desordenada do espaço, pela impermeabilização do solo, pela eliminação da vegetação nativa e deposição irregular de resíduos sólidos.

O ano de 2023 foi o período em que o estado de São Paulo sofreu os piores efeitos em decorrência das chuvas, tanto no litoral quanto na capital paulista. Em São Sebastião, localizado no litoral sul do estado, durante o mês de fevereiro de 2023, foi registrado 638 mm em 24 horas, mais do que toda a chuva do verão de 2022. A prefeitura da cidade decretou estado de calamidade pública por causa das chuvas que atingiram a região, as enchentes decorrentes e os deslizamentos deixaram inúmeras pessoas em situação de risco. 

Uma entrevista do Greenpeace Brasil relata que as populações mais ameaçadas e que mais sofrem com as consequências do aumento de eventos extremos, como chuvas fortes, enchentes e alagamentos são pessoas negras, de baixa renda e que habitam regiões periféricas. 

“Os impactos ambientais nas cidades são socialmente produzidos: não apenas fruto de eventualidades climáticas. No entanto, a distribuição de suas consequências se dá de forma desigual no território urbano. Esse desequilíbrio é, em parte, a expressão da injustiça socioambiental e do racismo ambiental nas cidades”, diz o estudo.

Mudanças climáticas e a importância de cidades resilientes

Infelizmente as mudanças climáticas são uma realidade e certamente se apresentam como um dos grandes desafios já enfrentados pela espécie humana, pois afetam de forma global e sob diferentes escalas, impactando diretamente na sociedade, muitas vezes destruindo bairros e cidades, culminando em situações de fragilidade social, falta de alimento, moradia e cuidados básicos, paralelamente prejudicando também a economia da região.

Enchentes urbanas são um dos desastres naturais mais frequentes que atingem muitas cidades em todo o mundo. Os fortes eventos de precipitação junto com as inundações decorrentes da chuva podem causar danos significativos, inclusive vidas humanas, seja pelos eventos climáticos, ou por aqueles que os seguem.

Cidades bem estruturadas que respeitam os princípios básicos da engenharia civil e principalmente a vegetação local e os cursos d’água se mostram mais preparadas para conter esses eventos, diminuindo os prejuízos decorrentes de tais situações. 

De acordo com a ONU, cidades resilientes são aquelas capazes de “resistir, absorver, adaptar-se e recuperar-se dos efeitos de maneira tempestiva e eficiente”. Trata-se de organizar a gestão, os serviços e a infraestrutura urbana das cidades de tal forma que elas mantenham seu funcionamento durante e após os desastres naturais. 

Cidades resilientes no Brasil e no mundo

Campinas foi reconhecida no ano de 2022 como 1º Centro de Resiliência do Brasil pelo Comitê de Coordenação Global da Iniciativa Construindo Cidades Resilientes - MCR2030 e Escritório das Nações Unidas para Redução de Risco de Desastres-UNDRR.

A metrópole compõe o seleto grupo de centros de resiliência formado por oito cidades e diferentes países (Coreia, Suécia, Espanha, Itália, Inglaterra, México, Colômbia e Brasil). A meta para os próximos três anos é que o grupo aprimore a colaboração entre as cidades e capacite outras a se tornarem resilientes a desastres. 

Uma série de medidas de adaptações na cidade de Londres, Inglaterra, a fizeram participar desse grupo. A criação da “zona do congestionamento” na cidade, que diminuiu o trânsito de carros e aumentou o de transporte público e a implementação da segunda maior barreira móvel contra enchentes do mundo foram medidas valorizadas pela UNDRR. 

É preciso pensar além de obras físicas envolvendo a engenharia civil. Cidades resilientes são responsáveis por medidas preventivas que possam melhorar a qualidade de vida urbana, levando em consideração como a população vai usufruir de recursos hídricos, como áreas verdes podem proteger no controle da erosão e no fluxo das águas pluviais. 

Reduzir os riscos de possíveis eventos climáticos também diminui as desigualdades sociais, aumenta a geração de renda e auxilia no equilíbrio do meio ambiente.

CONTE COM A HIDROPLAN 

Prefeitos e gestores públicos locais são peças-chave para a construção de cidades resilientes a desastres. São eles os responsáveis pelo bem-estar de sua comunidade. Cidades resilientes também são cidades mais inteligentes para seus habitantes.

Nossa equipe técnica possui a expertise necessária para direcionar suas ideias e dúvidas nessa temática!

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Referências consultadas 

CEPED Unicamp. Disponível em: https://ceped.cpa.unicamp.br/2022/01/18/campinas-e-reconhecida-como-o-1o-centro-de-resiliencia-do-brasil/ Acesso em: 31 jan. 2024;

Eco Response. Disponível em: https://www.ecoresponse.com.br/blog/noticia-interna/cidades-resilientes-263 Acesso em: 31 jan. 2024;

Greenpeace Brasil. Disponível em: https://www.greenpeace.org/brasil/blog/quem-mais-sofre-as-consequencias-da-crise-do-clima-nas-cidades/#:~:text=De%20acordo%20com%20a%20publica%C3%A7%C3%A3o,especial%20m%C3%A3es%20chefes%20de%20fam%C3%ADlia. Acesso em: 31 de jan. de 2024;

ONU. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/62736-como-construir-cidades-mais-resilientes-um-guia-para-gestores-p%C3%BAblicos-locais Acesso em: 31 jan. 2024;

Soluções Integradas. Disponível em: https://blog-solucoes.engie.com.br/cidades-inteligentes/cidadesresilientes/#:~:text=Atitudes%20pr%C3%A1ticas%20que%20resultam%20em,que%20agreguem%20seguran%C3%A7a%20%C3%A0%20popula%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 31 jan. 2024.

A HIDROPLAN, pioneira no país em hidrogeologia de contaminação e meio ambiente subterrâneo, realiza serviços de consultoria, assessoria e gerenciamento de projetos ambientais, focados em soluções ambientalmente sustentáveis e economicamente viáveis, pautados na excelência técnica, ética profissional e inovação tecnológica.

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